Friday, April 24, 2009

Que livro nacional você é?

E aí eu fiz aquele teste para saber que livro nacional eu seria... Eis as respostas que me fizeram rir um pouco.

"O vampiro de Curitiba", de Dalton Trevisan

Descolado, objetivo e realista. Cult. Você deve se sentir mais à vontade longe de shoppings, da TV e de qualquer coisa que grite “cultura de massa”. Nada de meias palavras: a elas, você prefere o silêncio. Você não vê o mundo através de lentes cor-de-rosa, muito pelo contrário. Procura ver o mundo como ele é, entendê-lo, senti-lo. Às vezes, bate até aquele sentimento de exclusão, ou de solidão. Mas é o preço que se paga por ser um pouco "marginal". Não se preocupe, pois você atrai a admiração de pessoas como você: modernas no melhor sentido da palavra.
Em "O vampiro de Curitiba" (1965), Nelsinho protagoniza uma variedade de contos, nos quais ele busca satisfazer sua obsessão sexual vagando pelas ruas de Curitiba - paralelamente, esta cidade de contrastes se revela ao leitor. A temática e a forma já denunciam: este não é um livro para qualquer um. Tem que ter cabeça aberta para enfrentar a linguagem nua e crua de Trevisan, que é reverenciado pelo leitor capaz de driblar velhos ranços burgueses.


"Doidas e santas", de Martha Medeiros

Moderninha e solteira, ou radiante de véu e grinalda? Eis a questão da jovem (ou nem tão jovem) mulher profissional, cosmopolita e, apesar de tudo, muito romântica. Eis a sua questão! Confesse: quantas horas semanais você gasta conversando sobre encontros e desencontros sentimentais com as suas amigas? Aliás, conversando não. Analisando, destrinchando... Mas isso não quer dizer que você só questione a existência de príncipe encantado, não. A vida adulta hoje não está fácil para ninguém, como bem mostram as 100 crônicas de "Doidas e Santas" (2008), que retratam os sabores e dissabores da vida sentimental e prática nas grandes cidades.

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Thursday, April 23, 2009

Drama Queen do Blackout

Fazia aaaaaaaaaaaaaanos que eu não tinha uma conversa bizonha no msn. Ontem, no entanto, esta "carência" foi suprida no momento de maior drama, em que a bateria do notebook tinha apenas mais 5 minutos de vida e o bairro inteiro continuava às escuras.

..:: Fê Ruça ::.. diz:
.___(complete com o apelidinho carinho do... Ser amado!?)...
.de tudo que a gente já passou, este é o momento mais doloroso
.saiba que, mesmo que o fim esteja próximo, eu sempre te amei
.e que isso nunca mudará
.onde quer que eu ou você estejamos
.adeus!
.(pq, sim, eu merecia uma despedida dramática)
.(e mereço que vc responda... então eu vou te sacudir um bucadinho)



(Você acabou de chamar a atenção.)


Ser amado (?!) diz:
.kkkkkkkkkkkkkk
.tudo isso por causa de uma bateriazinha



..:: Fê Ruça ::.. diz:
.bateriazinha pq não é a sua
.é pequena mas é minha
.e me satisfaz



Ser amado (?!) diz:
.Amoooooooooooor....
.De tudo o que passou, o que fica na minha memória e no meu coração são os momentos bons
.vou te levar para sempre em meu coração
.amo e amarei eternamente....
.desligue-se, quer dizer, descanse em paz....
.com amor e saudade
.Seu Ser Amado


A parte mais engraçada? Depois de todo este discurso sentimentalóide, foi ouvido um click na rua e... TCHÃRÃ! A energia estava de volta aos lares barrafundenses!


*Ser Amado querido, pensei num outro apelido pra você, mas eu juro que não achei. Algo que não o identicasse logo de cara. Achei que dadas as gotas de drama (hahaha) e cafonice, você merecia um nickname brega à altura!
** Ser Amado, amo você de verdade!!! Mesmo que eu quase te mate, de vez em quando. hahahaha

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Monday, April 06, 2009

Lições da Vida -> Capítulo 32

Cada ano é apenas um capítulo do livro de nossas vidas. Quase duas semanas atrás, encerrei o capítulo 31 e comecei a escrever o trigésimo segundo. Por mais incrível que possa parecer, ele começou com parte do conteúdo mais importante. É como se fosse o capítulo com as respostas das FAQ – Frequent Asked Questions.
As últimas páginas do Capítulo 31 estavam recheadas de perguntas existencialistas e de uma tristeza sem fim, que parecia inexplicável. De repente, a reviravolta no início do capítulo seguinte. A pergunta que eu sempre me fiz foi “por que eu tenho tanto medo de enfrentar um ‘não’?”. Depois de uma noite de mimimi, finalmente cheguei à parte da resposta.
Passei um final de semana toda tristonha por causa de duas pessoas. Ou melhor, por causa das caraminholas que foram acordadas ao ouvir os discursos de duas pessoas. O primeiro disse o quanto me achava incrível, inteligente e o quanto prezava por esta amizade. Disse que tinha certeza de que me veria com filhos, com netos e me “xingou” quando eu disse que não arriscava. O segundo disse o orgulho que sentia ao dizer que me conhecia há 9 anos, o quanto me admirava. Estes elogios todos funcionaram com uma faca de dois gumes. Se, por um lado, meu ego havia sido massageado como nunca, por outro, a cabeça começou a funcionar ininterruptamente tentando entender por quê, sendo tão perfeita, eu continuo tão sozinha, no sentido “crescei e multiplicai-vos” da coisa.
Foram quatros dias de engrenagens a todo vapor até aquele jantar em que mimizei tanto entre uma garfada de batata e outra de shimeji ou shitake. Conversamos bastante, muita coisa ficou mais clara e, pela primeira vez, eu não usei frases como “eu sei” ou “eu também penso/acho”. Voltei pra casa maquinando mais um pouquinho.
De repente, de um pensamento nada a ver, veio a resposta. Talvez o medo da rejeição esteja intimamente ligado ao medo da solidão, por mais antagônico que isso possa parecer. Se eu não tento, não corro o risco de falhar ou ser rejeitada. Se eu não falho, não arranho a minha imagem de Super Heroína (ainda que eu seja só uma analista de sistemas do banco da minha vida que valoriza as ideias*). Consequentemente, não arrisco ser uma decepção pra aqueles que me amam que, assim, não me abandonarão. Ufa! Agora a cadeia parece ser simples de ser entendida, mas não é bem assim. Até achar todos os elos, demorei. Sou loira.
Por isso, estou no processo de enfiar na minha cabeça que as pessoas gostam de super-heróis, sim, mas no cinema, nos gibis ou na TV. Na vida real, todo mundo gosta de gente de carne e osso, que erra, que aprende com seus erros, que insiste nos erros. E até no mundo fantástico todos têm fraquezas: a kryptonita está para o Super Homem assim como o Robin está para o Batman e as tentativas estão pra mim. Simples assim.
Como mudar?
Ainda estou buscando soluções pra esta questão. “É só agir diferente”, diriam os práticos. Quisera eu conseguir agir diferente do dia pra noite. Este final de semana, eu até tentei um pouquinho. Andei até o moço, mas, após encostar a mão no ombro dele e ele encostar a mão no meu e sorrir, abaixei a cabeça e dei meia-volta. Voltei ao ponto de partida emburrada pra cacete. No entanto, eu tenho obrigação de desemburrar porque eu dei o primeiro passo. Hora de ter orgulho disso, não é? Eu fui até lá e falhei. Gente, eu FA-LHEI. E, nem por isso, deixei de ganhar abraço dela, carinho dele, empurrões dele ou xingamentos dela. Nada mudou. O chão não rachou, o céu não ruiu. Tudo começou como antes, exceto eu. Porque eu TENTEI.

* Não consegui escrever isso sem lembrar do piti que "ele" deu quando estava bêbado.

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