Monday, December 01, 2008

Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo, torcida brasileira!

Finalmente criei coragem para iniciar os trabalhos por aqui. Desde 2002 eu escrevia naquela casinha que desapareceu no meio do lixo internético. Sumiu, desapareceu, escafedeu-se... Ó Arlindo Orlando, volte! Onde quer que você se encontre, volte para o seio de sua amada! Sábia Blitz que já cantava isso lá na década de 80 e resume em poucas palavras toda a situação e o meu sentimento em relação ao meu blog. De maneira precisa, diga-se de passagem.
Desta forma, bem vindos você, você, você e, sobretudo, eu. E que nos acostumemos a este novo lugar. De preferência, com brevidade. Amém.

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Fiquei pensando, pensando, pensando e concluí que, para que eu pudesse melhorar, eu deveria (pausa pra conter o choro ao ouvir Radiohead - No Surprises no Jango.com que melodia triste!) tentar elencar meus defeitos para que pudesse tentar modificá-los de alguma forma. Ou para tentar buscar ajuda para superá-los. Ou para mudar a visão sobre a característica deles... Talvez possam até não ser tão defeitos assim...

1 - Esperar que os outros ajam como eu agiria.
Acho que isso não é, em nada, privilégio meu. A maioria das pessoas acabam esperando que as outras ajam como elas. Eu não sou diferente e tenho aprendido a segurar a minha onda em relação a isso. O resultado? A quantidade de decepções diminui consideravelmente. E a de surpresas é bastante incrementada.
Ainda que eu tenha subido um degrau desta escada, ainda existem mais uns 723 a serem vencidos. Acredito que eu esteja melhor do que estive, mas ainda há muito a melhorar.


2 - Ter certeza de que a paciência é uma dádiva divina e não me sentir agraciada.
Sinceramente, dádiva de c* é r___ (preencha a lacuna). Claro que fulano tem dedo para isto ou para aquilo. Uns sabem pintar, outros bordar e outros falar. Aí sim estamos falando de dádiva. Paciência deveria ser encarada como sinônimo de experiência. Ao invés disso, eu encaro sua ausência como consequência do cansaço causado pela experiência. A cada dia, pareço ter menos. Ela me escorre pelas mãos sem que eu consiga segurá-la. Ou que me dê conta de que está escorrendo para que tente, ao menos, fechar os dedos.
Todos os dias em que me dou conta deste defeito, penso: aprimora-te, Fernanda. Em seguida me vem à mente a imagem do camaleão: "eu não consiiiiiiiiiigo"*.

3 - Dar o peixe ao invés de ensinar a pescar.
Reflexo direto do segundo item, eu tomo a ação para evitar a preguiça e a fadiga. Citemos exemplo: alguém precisa postar uma carta e eu começo a dar as instruções sobre envelopar, endereçar e depositar a carta na caixa dos Correios. A pessoa faz uma carinha de interrogação, explico de novo. A expressão se mantém, eu pego a carta e faço o serviço. Saliva é cara e eu prefiro economizar.
Inclusive, a frase que entitulou este tópico já me deixou extremamente irritada e magoada. Tanto que até hoje eu não esqueci o fato de ter virado piada. E odeio cada uma das pessoas por ter rido naquele momento. Não, não pretendo perdoá-las.

4 - Ter herdado o gene da vingança e usar isso como desculpa.
Neste quesito, saí ao meu pai à imagem e semelhança. Quando todos já esqueceram o ocorrido, eu não esqueci. E busco, de alguma forma, a vingança pelo ocorrido. De todos os defeitos, acredito que este seja o mais difícil de consertar, porque está tão enraízado que nem me dou conta. Quando penso em uma maldade que cometi, aí sim acho a ligação com um episódio original. Praticamente uma patologia mesmo. Dá pra perceber pela última frase do terceiro tópico.
Já cheguei ao absurdo de cuspir bebida na cabeça de uma garota porque me senti atingida em outra ocasião. Maldade pura, não posso sequer culpar a própria bebida, visto que eu tinha acabado de pegar o primeiro copo. Ainda não tinha provado a bebida... Mas percebi que daria pra usar o canudo como zarabatana.
O gene da vingança, no entanto, é vizinho do gene da mágoa. Fico magoada mesmo. E rumino mais e mais e mais. Como os interioranos mascam fumo, eu masco minhas mágoas. Qual o lado bom disso? Nada! Ainda ocupo neurônios bons pra memória com esta sujeita.
Como já disse, acho que este é o mais difícil de vencer.

5 - Ser, muitas vezes, excessivamente prática.
O problema aqui está concentrado na palavra excessivamente. Nem sempre dá pra ser prática e a praticidade nem sempre é muito bem vinda. Resultado: pessoas machucadas.
Este é o defeito que eu tenho conseguido identificar com mais facilidade e estou aprendendo a domá-lo. Eu disse APRENDENDO. O que significa que eu sou como uma criança de 5 anos na escolinha. Ela está apredendo a ler e a escrever. Logo, não adianta querer que ela leia Camillo Castello Branco e seus amores de perdição e de salvação que ela não vai conseguir. Estou aprendendo a tentar levar em conta sentimentos, humanidades na montagem de quebra-cabeças. Ora funciona, ora não. Mas eu prometo continuar me esforçando. E convidarei a todos para a minha formatura do pré.

Elencar 5 defeitos já está de bom tamanho. Abri as portas da casa nova mostrando as infiltrações e as janelas emperradas. As portas que não abrem totalmente, as que não fecham, as goteiras e os tacos soltos serão mostrados com o tempo. Assim como a luz incrível que entra pelo quarto ao amanhecer ou a vista dos ipês floridos no quintal. Nem tudo é cor-de-rosa tampouco azul. Há nuances de cinza, de verde, de roxo e até de vermelho. Então... Senta que lá vem história...

*Prometo achar no youtube a cena do camaleão do desenho animado que diz "eu não consiiiiiiiiiiiiigo".

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2 Comments:

Blogger Mila Thiele said...

Ferussa, garota corajosa!
Adorei o post - dá prá gente se identificar alguns, hein.
Juntando a paciência e o ensinar a pescar... às vezes é muitíssimo mais fácil mesmo dar o peixe, muitos peixes...rsrs...
Beijos!
Mila

11:10 PM, December 01, 2008  
Anonymous Anonymous said...

santo twitter que me fez cair aqui de novo...

3:32 PM, December 09, 2008  

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