Monday, March 29, 2010

Mais uma carta que não será enviada

Cara destinatária,

Ainda não entendi milhares de acontecimentos que têm cercado nossas pessoas.
De um dia pro outro, parecíamos tão próximas. De repente, um ataque de bobagens e comportamentos esquisitos que, sim, me incomodam muito. Mas, na verdade, o que me incomoda ainda mais é perceber que eu tenho perdido tempo suficiente pra fazer uma colcha de retalhos dando atenção pra sua molecagem.
Dadas as situações todas, acho que eu teria mais motivos pra virar a cara à sua pessoa que você pra mim. No entanto, você optou por fazer isso. Ok. Livre arbítrio.
Uma coisa é muito clara pra mim: escolhas foram feitas nem por mim, nem por você. Foram tomadas por uma terceira pessoa. Claro que tais decisões impactam a mim e a você, somos partes interessadas. Será que você não percebe que está decidido?
Eu não sou um risco a você, pois não importam os meus sentimentos e o meu posicionamento. Volto a dizer, a escolha não foi minha.
Você foi a resposta para a pergunta, não eu. Será que a pose toda que você desfila é só fachada? Perceba a situação, nem é tão difícil assim. É questão de lógica pura e simples.
Suponhamos que eu tenha um sorvete de limão e um de tangerina na mão e escolha tomar o sorvete de tangerina. Qual o destino do de limão? a-) Derreter ali; b-) Se jogar contra a minha boca; c-) Atacar o de tangerina com palitadas. Viu? Não foi tão difícil.
Claro que toda esta situação ainda é muito dolorosa, porque eu, basicamente, sou uma trouxa que perde tempo demais desenvolvendo teorias.
No entanto, fosse eu no seu lugar, estaria aproveitando muito mais a decisão, sem dar tanta importância pra mim. Já que decidiu virar a cara pra mim, haja naturalmente e me descarte por completo.
Ou será que o sorvete de limão é tão mais importante do que a boca que o toma?

Sem mais, despeço-me cordialmente.

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